quarta-feira, 5 de maio de 2010

Lavando as mãos

Faz um tempo que eu tenho vontade de desabafar sobre uma coisa, e acho que é o que eu vou fazer agora, em poucas linhas, só pra expressar o que eu tô sentindo.

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Quando a gente tá no colégio, todos os seus amigos que já saíram de lá te dizem a mesma coisa: "Aproveitem o quanto puderem, quando vocês forem pra faculdade tudo vai ser diferente. Seus amigos vão mudar, seu ambiente vai mudar, e vocês vão acabar esquecendo ou se distanciando demais de tudo isso aqui!"
Eu nunca senti isso ser tão verdade. Na hora eu não ligava muito. Claro que eu sabia que a gente ia se distanciar, que ia perder contato, mas tudo ia continuar lindo quando a gente se encontrasse.
É uma coisa natural, evitar o inevitável afastamento é querer se prender à algo que já é certo estar ali.
Só que tem gente que entrou numa vibe muito "livre, leve e solta" da coisa, e confundiu tudo. Afastar não significa esquecer. Só porque você não convive mais com a pessoa, não significa que não possa ligar pra ela, sair pra um barzinho de vez em quando.
Eu faço isso com tanta gente. Mesmo os que não são mais os de sempre. A gente sai, conversa, relembra momentos, constrói novos, se diverte. É pouco o tempo, é grande a saudade, mas a gente se diverte e se satisfaz. E, como antes, a gente ri.

Deixo, então, um beijo especial pra aquela galera que eu vejo com mais frequência. E digo que fico felicíssima de não ter perdido o elo, e de ver que ele só faz se fortalecer.
Enquanto isso, eu vejo outra coisa sumir de vista. A única coisa que nunca poderia sumir de vista, que nunca deveria.
Eu vejo a distância nos separar cada vez mais, e vejo pessoas nos separar cada vez mais. Digam que é ciúme, falem o que for. Eu vejo de uma só maneira: cuidado.
Eu tenho medo do que ainda está por vir. Do cotidiano se transformar em 'de ano em ano', e depois o resto deles levar a gente embora. Não quero viver de lembranças.
Eu queria muito estar construindo mais, estar fazendo mais e rindo mais.
Quanto mais eu tento, mais eu falho. E eu não queria deixar de lado, eu não aceito perder. Uma outra pessoa já se contentou, e eu não tiro essa razão. Eu não gostaria de fazer o mesmo, mas é um tiro no escuro, vou usar o que eu tenho. E se o que eu tenho é isso, se é pra experimentar a perda, que seja assim. Não vou mais atrás, não vou forçar a barra. Eu espero ser por pouco, mas por enquanto eu lavo as minhas mãos.




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"Eu digo isso, porque tenho a plena certeza, de que daqui a alguns anos, quando as pessoas lembrarem de mim, ou de voce, elas vao ser incapazes de mencionar o meu nome e o seu em frases que nao sejam a mesma."

4 comentários:

  1. Chorei, é muito difícil viver essa "perda".
    não tenho mais o que comentar.

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  2. Tipo, sou um pouco suspeita pra falar, afinal todo mundo aponta o dedo para mim pra dizer que eu estou sumida. Enfim, vc tocou em um assunto que está frequentemente na minha cabeça.
    Vou deixar aqui meu desabafo também (espero que não tenha limite de caracteres). Tipo, querendo ou não a vida têm sido diferente pra mim do que para a maioria do pessoal do nosso grupo. Fora todos os meus problemas (que, for the record, raras são as pessoas que sabem ou que pelo menos perguntam se está tudo ok) é mais complicado pra mim, sair com o pessoal. Porque eu dependo sempre de alguém, de uma carona. Então várias foram as vezes que eu faltei as resenhas da turma. Hoje em dia é muito raro alguém me chamar pra alguma coisa. Alguns laços não se quebraram, eu e déa nos falamos regularmente, Expedito também, e você na faculdade. Do nosso grupo todo, só me restaram vocês. Não que eu cobre alguma coisa, eu não. Se tem uma coisa que eu odeio é ser 'persona non grata'. Só esperava mais contato, só isso.
    No final das contas os laços mais antigos prevalecem, e eu estou ciente disso. Minha indignação é a partir do momento que chega alguém pra me dizer que eu estou sumida.
    Enfim, gostaria de deixar aqui meu beijo para as pessoas que quando eu encontro eu sinto que nada mudou. Pode parecer que não, mas eu fico muito feliz quando percebo que certas amizades vão prevalecer, e fico triste quando descubro que eu não significava nada para outras "amizades".
    Enfim, acho que não fui muito clara, mas é isso.
    E eu sei que vc não se referiu a mim (pelo menos acho que não) eu desconfio de uma pessoa!
    Mas é que eu nunca falei isso pra ninguém e nada mais justo do que deixar escrito, pra quem quiser ver.

    Beijo, Paula!

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  3. eu já lavei minhas mãos fácil! Duas pessoas só funcionam bem se as duas quiserem, como ela não quer, a gente desiste! :~
    é duro, mas é a verdade.

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  4. Não sei se pq eu já acordei meio coração apertado hoje, mas esse texto mexeu comigo. Não de uma maneira ruim, mas lembrei deesde o começo, quando tive que me mudar forçada e parecia q ia morrer, as pessoas chorando no dia anterior à mudança, no meio do midway, as pessoas que choraram escondido de mim e foram na minha casa com a cara tranquila mal disfarçada e me ajudaram a empacotar o que faltava, me davam uma certa certeza de que nd seria igual, q a gente nunca se veria de novo, parecia q eu ia pra outro mundo, era estranho. aí eu passei dois meses assustando meus pais, chorando todo dia lá e provocando choros sempre q ligava me despedaçando. depois, quando vi, um ano já tinha passado, até viajado com o neves eu fui, minhas amizades continuavam as mesmas. conheci pessoas novas, mas as antigas sempre continuaram. até com quem eu n falava muito, quando encontrava, era a mesma coisa. é oq acontece até hoje, graças a Deus. Me mudei de novo, conheci outras pessoas legais, e vivo meio de saudade, mas me reconforto sabendo q quando a coisa tiver pesada demais, tenho uns números bem antigos guardados e q 2h de viagem n é tanta coisa assim, e isso é recíproco. (sentiu a terapia, né).
    Quanto ao post, acho q até eu sei de quem se trata. é como Maria disse, as coisas só funcionam se as duas partes quiserem. acho tbm q um dos pontos é fazer isso q c fez, deixar claro oq sente q tá acontecendo. tomara q isso mude logo, q a outra parte perceba e volte a ser como antes. beijo.

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