quinta-feira, 30 de junho de 2011

Road Tripping pela Califórnia (Parte I): San Francisco

Achei um bom motivo pra escrever. Me inspirei e quis compartilhar.
Esses dias fiquei olhando as minhas fotos de quando estava na Califórnia, e bateu uma saudade tão grande daquele lugar. Então eu resolvi escrever sobre a viagem.
Vamos lá:
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(Nosso carrinho lindo - a gente fazendo propaganda da KIA, lol)


Vou culpar a STB pela confusão nas minhas passagens de volta. Meu trecho deveria ser o seguinte: Orlando - LA - São Paulo - Natal. Mas fui informada pela STB daqui que isso não seria possível, porque não existiam voos com essa rota. E, enfim, acabei comprando a passagem à parte, sendo: Orlando - (esqueci) - San Francisco - Los Angeles. Eu não dormia há 2 dias. Faziam exatas 48 horas que eu não pregava o olho. Não cochilava nem por 10 minutos. Passei meus últimos dois dias em Orlando com os meus amigos, e chorando (muito!), e arrumando as malas, e me despedindo de tudo e todos. Não tive tempo pra dormir. Nem quis. Foi apenas quando eu sentei na poltrona do avião, que realizei como estava cansada. Como meu corpo pedia descanso. Mas eu não conseguia. Mal consegui descansar no avião. A viagem foi mega cansativa até Los Angeles. No fim, sobrevivemos (eu e o Rapha, que estava comigo).
Encontramos todo mundo, e fomos na Alamo pra resolver as coisas da locação do carro.
Infinitas horas passaram. Tudo ultrapassava o nosso orçamento, e a gente já tava à beira da loucura. No final, tudo se acertou, e nós pegamos nosso carrinho lindo e vermelho, com uma GPS (a quem chamamos de Bárbara).
Devo dizer que foi engraçado demais a gente tentando aprender a dirigir o carro. No começo todo mundo tava meio perdido, mas depois a gente se encontrou e foi ótimo dirigir (o carro era irado. Eu nunca tinha dirigido um carro de câmbio automático, às vezes sentia falta de passar a marcha, e ia passar, e lembrava que não tinha. Ficava no vácuo, hahaha).
Enfim pegamos a estrada. Uma amiga (Camilla) dirigiu até Santa Bárbara. Estava chovendo, e era noite. Minha mãe disse "Não vão dirigir à noite, muito menos se estiverem cansados!". Foi dito e feito... o contrário. Chegamos em Santa Bárbara na esperança de descansar um pouco antes de continuar até San Francisco. Acontece que já era tarde, e todos os lugares que encontramos estavam fechados, sem vagas, ou eram caríssimos. Cogitamos a possibilidade de dormir no carro mesmo, mas acabamos achando muito perigoso, e a melhor opção seria seguir até San Francisco e ganhar umas horinhas por lá.

Nessa hora, eu assumi o comando. Eu, que não dormia há três dias (contando com aquele). Mas acho que a adrenalina estava tão acelerada em mim que o cansaço não atrapalhou. Enquanto todo mundo dormia, eu dirigia pelas curvas da Highway 101 (eu acho que era essa), com o Rapha do meu lado, sendo o copiloto. Escutando as músicas do meu iPod (que sempre insistia em começar com uma música do Paramore que no fim da viagem a gente não aguentava mais, hahaha). Quando pensamos que não, o primeiro susto: uma freada brusca porque eu não vi um desvio na pista. Estava muito escuro e mal sinalizado. De um lado uma represa, do outro as montanhas. Olhei pro Rapha e agradeci à Deus, e a gente riu baixinho pra não acordar as meninas. Depois foi tudo bem tranquilo. Já estava amanhecendo quando eu troquei com Jaque e ela seguiu pelo pedaço de estrada mais perigoso do percurso.
Nós escolhemos ir pela costa. Seria um pouco mais demorado, mas em compensação muito mais lindo. Eram muitas curvas, e havia chovido. De repente, nos deparamos com um deslizamento de terra das encostas. De um lado as paredes caindo, e do outro o precipício seguido de oceano Pacífico. Todo mundo rezando dentro do carro, mas adorando a emoção. Depois trocamos novamente a motorista (revezar é preciso, ainda mais na nossa situação de cansaço) e a Pati seguiu até o fim.


San Francisco é tudo que eu imaginava e muito mais. Uma cidade limpa, linda, organizada, natural. Tudo que eu sempre quis. Foi paixão à primeira vista.
Chegamos ao albergue e dormimos por 14 horas. Será que o cansaço bateu forte? Todo mundo acordou meio desorientado ainda. Nos reunimos para o café da manhã, que era bem organizado. Nunca vou esquecer dos bagels com cream cheese, que nós sempre levávamos escondidos nos bolsos dos casacos, enrolados num guardanapo, para economizar no dinheiro do almoço ou lanche do dia.










No primeiro dia nós saímos a pé para conhecer a cidade. Pegamos um ônibus, vimos o principal de tudo, as ruas, algumas lojas. Haigh Ashbury, Golden Gate Park, essas coisas. Foi incrível ter podido fazer tudo através dos meios de transporte públicos e sem se estressar com nada. Subir as ladeiras foi divertido e nós ficamos super empolgados andando de bondinho.
No segundo dia, fizemos o resto. Píer 67, Fisherman's Wharf, Ghirardelli (fábrica de chocolates bem famosa lá), e óbvio, a linda e maravilhosa Golden Gate Bridge. Meus olhos brilharam quando eu avistei ela lá. Nunca fiquei tão feliz vendo uma ponte. Nem quando eu e Vinícius nos perdemos num shopping em Nova York, e acabamos abrindo as portas para dar de cara com a Brooklyn Bridge toda iluminada. Nem isso foi maior que a sensação de estar vendo o pôr-do-sol na ponte Golden Gate. Era muita felicidade contida numa só pessoa, e sendo extravazada naquele momento. As fotos com o vento bagunçando meu cabelo, e eu nem aí pra nada, só maravilhada em estar onde eu sempre quis.

Seguimos viagem no dia seguinte, rumo à Las Vegas, que não é Califórnia (é Nevada) mas ficava dentro das nossas possibilidades de rota e óbvio que não podíamos deixar passar. Além disso, eu PRECISAVA ir ao Grand Canyon (que não é Nevada, é Arizona, mas... hahaha).
San Francisco deixou MUITAS saudades, e definitivamente foi o melhor começo para a melhor viagem que eu já fiz. Adoro olhar pra trás e lembrar com boas risadas cada palhaçada daqueles dias incríveis. Vai ter volta. Ah, se vai! :)

sábado, 4 de junho de 2011

Disney, Super-homem e Lagostas

Eu estava andando numa praça enorme, meio sem rumo. O chão da praça era de paralelepípedo, todo desregulado, e eu lembro que eu tropeçava a cada alguns poucos passos. Olhei pro céu, era noite, e pulei. Não fui muito alto, e caí meio de mal jeito. Pulei de novo, dessa vez fui mais alto. E quando toquei o chão novamente, não caí, embora tenha me desequilibrado um pouco.
Olhei novamente para o céu com os olhos meio marejados, e na minha cabeça imediatamente veio: "The Second Star To The Right" (música de Peter Pan). Pulei mais uma vez, e dessa vez eu consegui ir bem alto. Balancei os braços, como quem nada borboleta no ar. E aos poucos eu ia me deslocando, e indo mais rápido, e mais longe. Eu mal podia acreditar que estava voando.
De longe eu avistei o castelo da Cinderela e fiquei incrivelmente feliz. Cruzei os braços, e caí instantaneamente.
Meu irmão e minha mãe vieram em minha direção e os portões do Magic Kingdom se abriram. Eu comecei a chorar. Muito. E dizia pra minha mãe o quanto eu estava feliz de estar ali, e que ia apresentar todas as minhas work locations etc. Encontrei a Angela, uma trainer que uma vez me ajudou a ajustar a máquina de café no Grove's (não que isso faça alguma diferença pra vocês).
Depois de ter feito um tour inteiro com eles, eu comecei a chorar e disse que nunca mais queria ir embora. Não teve jeito, tive que ir embora.

- Em algum momento do tour, nós passávamos embaixo d'água, e eu via uma colônia de peixes beta fêmeas. E um peixe beta macho saía do portão meio que 'fugido'. Achei interessante. -

Entrei no avião (não sei porque eu simplesmente não voltei voando) e lembro de ter falado ao telefone com a minha mãe. De repente, o avião deu uma pane e nós começamos a cair muito rápido. Quando uma força misteriosa nos segurou. O piloto informou que não estava fazendo nada, e alguém soltou a piadinha sobre o super-homem estar nos segurando. Todo mundo riu. Mas eu vi do lado de fora ele segurando a asa. Pousamos no mar, ao lado de um navio de carga. Tinha um píer muito lindo, e nós desembarcamos.
Saí do avião e perguntei à um pescador no píer: 'o que é isso?' e ele me disse 'lagostas' e eu 'Nossa, como as patolas delas estão pequenas. Que bizarro!' e ele resmungou sobre eu não reconhecer o trabalho deles ou a natureza das lagostas. Não quis discutir.
Vi quando o Super-homem largou da asa e se vestiu de médico. Eu gritei 'Thanks!' umas 3 vezes, enquanto ele me dava 'tchau' de costas e ia embora escondendo o rosto.
Não lembro de ter chegado em casa. Só acordei e pensei: 'que.porra.foi.isso?'.


Fim


Notem a minha clara falta de vontade em escrever direito. Mas ok. Escrevi. Já é alguma coisa.