domingo, 27 de junho de 2010

O futuro e um telefonema (ou como se embaralhar usando tempos verbais)

Lendo os livros de Douglas Adams, comecei a me questionar sobre certas ideias relacionadas ao tempo e ao espaço, e fico me perguntando como anda a Paula dos anos seguintes.

Eu sou a Paula de 2010, e nesse momento estou escrevendo no blog. Nesta mesma data, dos anos anteriores, eu estou fazendo alguma coisa que eu já fiz. E nesta mesma data dos anos seguintes eu estou fazendo alguma coisa que eu ainda vou fazer. Fico imaginando, então, quantas Paulas participam desse processo todo. Digo, até aonde eu sei já são dezenove, mas não tenho como saber quantos anos ainda vou viver. A Paula dos anos seguintes pensa o mesmo, e isso é algo que a última de mim não tem como saber.

Se por acaso um eu futuro voltar no tempo (supondo que ela (eu?) soubesse como) eu não vou ignorar. Não vou achar que eu estou doida, e vou ouvir atentamente. Tenho certeza que me daria conselhos sábios. E independente de onde eu estivesse, eu não teria problemas em me encontrar, pois já teria estado onde quer que eu estivesse.

Deu pra sacar?

Então, se você sou eu e está me lendo (supondo que a internet ainda exista, ou algo assim), pode me ligar pra me avisar o que quer que você tenha para me avisar, tá? Bom ou ruim, eu vou conseguir lidar com isso. E, se for ligar, não me ligue a cobrar, porque no momento estou sem crédito. Beijos para mim.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A vida, o universo, e tudo mais


Quem acha que os meus sonhos são loucos e bizarros certamente nunca ouviu falar da série do Guia do Mochileiro das Galáxias.
Resolvi começar a ler os livros de Douglas Adams esses dias (comprei a coleção com os 5 livros por apenas R$50 no Submarino.com).
Ontem terminei "O Restaurante no Fim do Universo", mas vou dar uma pausa antes de começar o seguinte porque quero ler "Querido John", e já adiei demais.

O "Guia" narra as aventuras de Arthur Dent, um terráqueo, através das galáxias. Ele vai para o espaço de carona com Ford Prefect, um ser de um planeta chamado Betelgeuse. Ford veio para a Terra mochilando, na intenção de ficar 2 semanas. Acabou ficando por 15 anos, por falta de carona de volta.
A casa de Arthur está prestes a ser demolida para dar lugar a um desvio na estrada. Ford vai urgentemente falar com Arthur, e numa conversa num bar, ele revela ser de outro planeta e diz mais: A Terra deixará de existir em uma questão de minutos.
Uma frota de naves de Zogons veio para demolir a Terra, para dar lugar a um desvio hiperespacial. Arthur e Ford pegam carona em uma dessas naves, e daí a história segue.

Os dois livros que eu li até agora ("O Guia do Mochileiro das Galáxias" e "O Restaurante no Fim do Universo") são muito bons. A história é super bem humorada, e retrata problemas sociais nossos (meros terráqueos) com um eufemismo intergaláctico.
É muito viajante, se você não curte ficção ou é alguém muito mente fechada, nem pense em ler. É um livro divertido e faz pensar, mas, ao meu ver, as pessoas que são muito céticas se divertem menos. Vão estar sempre pensando "Que ridículo, isso não existe!", ao invés de absorver a história sem pensar nesses detalhes sobre realidade.

Na foto: Marvin, o Andróide Paranóide. Ou melhor, um robô altamente depressivo. "Vida? Não me fale de vida". "Como estou? Deprimido. Não que vocês se importem. Vocês nunca se importam".

Recomendo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A verdade sobre o silêncio

Ontem eu não estava conseguindo dormir. Meu nariz ardia e escorria por causa de uma crise alérgica, mas enfim, vocês não precisam saber disso. Fiquei me revirando na cama e toda vez que ia adormecendo me dava vontade de fazer xixi. Fui ao banheiro umas 20 vezes. Além de estar frio, eu havia comido uma maçã verde e tomado chá. Essas duas coisas têm o poder de me fazer fazer mais xixi.
Meus pés ficam muito frio quando está frio. Gelados, na verdade. Minhas mãos também. Se você me tocasse poderia jurar que eu estava morta. É assim que eu funciono. Na noite de Segunda-Feira eu cheguei a usar o secador de cabelo para aquecer os pés antes de dormir. Não deu muito certo, mas enfim. Aquecedor de pobre.
Já que o clima estava bem agradável, eu resolvi desligar o ventilador para que meus pés voltassem à temperatura normal. Não deu certo, e ainda piorou a situação (de eu não conseguir dormir) porque eu consegui ouvir o som do silêncio.
O silêncio não é exatamente silêncio, já repararam? Quando tudo se cala, e ninguém faz barulho, você ainda escuta uma coisa. Uma coisa que você não consegue exatamente identificar, mas que assemelha-se ao som de uma geladeira em funcionamento. É silêncio, ninguém fala, ninguém grita, não há ruídos. Mas esse zumbido chato é o som do silêncio. Ou eu estou com alguma doença. Não conseguia dormir escutando aquilo, que mais parecia a voz um grilo supersônico na minha cabeça. A minha consciência, talvez? Não. Era só o silêncio mesmo. A parte na qual a gente não repara.
Tentem ouvir o silêncio, por favor. E me digam se eu não estou ficando doida.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Em ritmo de copa

Hoje foi a estreia do Brasil na África do Sul, e que joguinho insosso, hein? Mas, tudo bem, o negócio é ganhar. Como o placar foi 2x1 para o Brasil, não vou reclamar. Podia ter sido pior: empate. Fala sério, empatar em estreia, e ainda mais contra um time fraco, é começar com não um, mas DOIS pés esquerdos. Vamos ver quão longe vai essa nossa seleção, e esperar com muito otimismo que dessa vez a gente consiga o Hexa.


Não sou um ás em termos futebolísticos, mas sei todas (er, eu acho) as teorias, então estou no meu direito de exigir um próximo jogo decente.
Antecipo meu sofrimento no jogo contra Portugal, ainda mais se eles (os portugueses) jogarem com o uniforme vinho. Acho lindo. Vou pedir pra mainha fazer o bacalhau da páscoa em homenagem.

A seguir, um videozinho que representa tudo o que eu NÃO espero da Seleção Brasileira nessa Copa:



Esse vídeo foi de 2008, no torneio de integração do cursinho (Call), e se der para identificar (se vocês tiverem paciência para ver o vídeo) eu sou a número 4 do time azul marinho, de meião branco. Jogo muito (não).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sábado e os bons tempos

Aos que ficaram se perguntando: sábado eu resolvi sair. Sim, resolvi não me incomodar com fato de ser dia dos namorados e fui me aventurar na balada. Confesso que eu não estava muito no clima de dançar ou beber, mas ainda assim, foi divertido. Podia ter sido melhor, e eu podia ter curtido mais, mas foi bom. Melhor do que ficar em casa me entupindo de doce e questionando todas as possíveis razões da minha falta de companhia.
Deixa eu falar uma coisa que pode parecer meio contraditória, mas vai concordando com alguns dos comentários que eu recebi acerca do post que eu fiz: na verdade eu não acho o fim do mundo isso de eu não ter um namorado. Não é algo que me preocupe noite e dia, nem nada que me faça chorar de depressão. É apenas uma vontade de não querer estar sozinha. Vontade de ter alguém que goste de mim e corresponda aos meus sentimentos. Não que a parte dramática seja falsidade da minha parte, é apenas uma concepção desesperada da ideia. E engraçada, permitam-me dizer.

Falando em balada, tá na hora de Natal começar a assumir o cumprimento da lei anti-fumo, né? Meu cabelo e minhas roupas agradecem. Lembro das baladas que fui em São Paulo, e voltei pra casa cheirosa, sem o cabelo fedendo.
Sabe uma coisa engraçada? Eu tanto reclamei que acabei esquecendo que dia 12 era o tal dia. Meu irmão teve uma competição de natação e eu fui lá assistir, e só vim me lembrar disso já bem depois.
Senti muita falta de nadar. Muita mesmo. E analisando essa nova geração, me deu mais saudade ainda. Não se fazem mais atletas como antigamente. Bons eram os tempos que as meninas realmente eram boas, os colégios tinham equipes decentes. Equipes que tinham uma super vontade de ganhar cada Estadual, os revezamentos eram incrivelmente emocionantes.
Lembrei do tempo, acho que era 1998, que a equipe Mirim (a minha equipe) bateu o record no revezamento Medley. Eu me senti super realizada, foi um dia incrivelmente feliz.
Sinto falta dos treinos intensos, das competições, do pessoal, das histórias. Foi uma época realmente muito boa da minha vida, e eu nunca vou esquecer. Acho que vou sentir essa sensação de nostalgia sempre.
Me dá pena (e uma certa indignação, devo dizer) saber que não temos mais bons atletas. Quer dizer, não como era antigamente. Era pra ser o contrário. Quero mais raça, mais vontade, mais animação nessas pessoas. Ah, os bons tempos.
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Esqueci de comentar uma coisa por aqui. Pra quem não sabe, eu comecei a postar meus sonhos no Apenas Um Sonho. Muita gente me pedia pra escrever sobre eles e fazer comentários a mais, além dos que eu fazia no Twitter. Resolvi postar no Tumblr pela praticidade, apenas. Achei uma coisa mais simples e mais enxuta do que algo por aqui. Se bem que eu tenho pensado em transferir tudo para o WordPress (ou aqui mesmo pro Blogspot), alguém tem alguma sugestão? Os comentários do Tumblr estão ativados, mas ninguém comenta por lá, então isso não seria bem um problema. Enfim, leiam. Meus sonhos são bem divertidos e estranhos, na maioria das vezes. Eu atualizo sempre que tem um que eu ache que vai agradar, e são todos sonhados mesmo. Como alguém perguntou e eu já respondi 'nada é inventado, só descrito'.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre um dia ruim

Essa noite eu não consegui dormir. Meu cachorro latia alto e uivava de dor, e batia na porta da área de serviço. Eu estava morrendo de pena, mas não podia fazer nada. Fechei a porta do corredor e tentei dormir. Não deu certo. Voltei lá na área de serviço e fiquei um tempinho com ele, e ele ainda chorava. Fui me deitar e consegui cochilar por alguns poucos minutos, mas o dia já estava amanhecendo. Ele piorou e logo de manhã bem cedo nós tivemos que levar ele na emergência do hospital veterinário. Era uma intoxicação. Ele ficou no soro, recebeu medicação e ficou internado durante o dia. Voltei pra casa e fui, finalmente, dormir.

Acordei super preocupada com um trabalho de Sociologia que tinha que ser entregue hoje. O texto era uma coisa bem complexa e chata, daquele tipo de coisa que se lê milhões de vezes e não dá pra entender completamente. Cada vez mais o texto ficava incompreensível para mim. Como diabos escrever uma resenha sobre algo que não se dá para entender? Nos últimos momentos, alguém apareceu e me deu uma boa iluminada no caminho da compreensão, e eu consegui terminar a tempo. A impressora não funcionou. O Word resolveu dar pau. Eu não conseguia salvar os arquivos no pen drive. A internet caiu.

Depois de muito me preocupar e me descabelar, e quase chorar (e xingar muito no twitter - sério), eu consegui salvar as coisas todas e parti para a UFRN.

Chegando lá, mas que vergonha, o professor simplesmente resolveu não ir lá pegar os trabalhos da galera. Fiquei puta.
Aos 45 do segundo tempo, o professor da outra matéria apareceu e nós fomos apresentar um outro trabalho. O tema era Brand Sense, e era super legal e interessante. Se tinham 10 pessoas presentes na sala era muito. O que é uma pena, porque nosso trabalho estava muito bom, e era super interessante. Quem não foi, perdeu de ir. É.
Me deu um certo desgosto porque eu queria que o mundo inteiro nos visse apresentar aquela coisa legal. Sim. As únicas pessoas perdoadas são aquelas que estavam no Intercom, em Campina Grande. O resto está na minha lista negra (/exagero).

Os slides continham muitas imagens de comida. McDonald's e Coca-Cola. Como eu mesma disse na minha parte da apresentação: nós respondemos à estímulos, comemos com os olhos. A visão é um sentido muito explorado na divulgação de um produto. E de tanto ver o McDonald's e as Cocas, fiquei com vontade. A única coisa boa do meu dia seria engordar com um Chicken Club Bacon e batatas fritas.

Quando eu estava na fila do drive-tru, lembrei que não sabia que horas eram, e eu talvez estivesse atrasada para assistir ao Ídolos, que começou hoje. Notei que uma moça do lado de fora havia acabado de olhar as horas no seu relógio de pulso. Abaixei a janela e perguntei "moça, por favor, que horas são?", e a mulher me olhou com uma cara de "não sei do que você está falando". Repeti a pergunta, em caso de ela não ter escutado da primeira vez. Ela disse "Eu não sei". Eu fiquei meio confusa e disse "Mas você não acabou de olhar as horas no seu relógio?" e ela ME MOSTROU O RELÓGIO NO PULSO e disse "Não sei". Palhaçada com a minha cara. Acho que ela era meio retardada de verdade. Deus sabe o que faz, eu acho.

A mulher do pedido perguntou o que eu queria. Eu disse "Promoção do Chicken Club Bacon com uma Coca Zero, e as horas, moça, por favor". É, eu sou sempre educada assim, mesmo de péssimo humor e com fome.

Meu cachorro ainda está doentinho. Agora que conseguiu deitar pra dormir. Antes ele tava dormindo sentado, tadinho. Cochilando, pendendo a cabeça. Acho que vou deixar ele dormir no meu quarto. Tô com medo de mexer e ele não conseguir mais dormir e ficar latindo e uivando e a mesma coisa de ontem.

Esse foi o meu dia. Mal dia, mal dia, mal dia.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Licença para desabafar (ou como não manter sua promessa de não choramingar no dia dos namorados)

Acho que Deus tá de sacanagem comigo. Quero saber o que Ele está esperando pra mandar o anjinho gordo e pelado que carrega aquela porcaria de arco e flecha acertar alguém pra mim. Não entendo o motivo da demora. O que foi que eu fiz pra merecer? Olha, seu Deus, se você acha que eu tô achando engraçado essa brincadeira de "não vamos arranjar um namorado para Paula", fique sabendo que eu não tô não. Nem um pouco.
Faltam 4 dias, e eu espero um milagre, ok? Não seja miserável, pode mandar vários, e aí eu escolho. Mas, tá, mandando um que seja certo eu já fico satisfeita.

Agora me resta saber o que fazer quando o dia fatídico chegar. Estava combinando uma noite das solteiras (carinhosamente chamadas de encalhadas) mas uma das amigas arranjou um namorado.
Pois é, a vida não está fácil para mim. E aí que eu fico na dúvida: fico em casa, com um pote de sorvete e muitos filmes de amor, imaginando o dia em que eu vou poder compartilhar do sentimento, OU vou para uma festa, me embriagar e beijar amigos gays? Nas duas, de alguma forma, eu estaria "celebrando" o fato de eu estar sozinha. Grande porcaria.
Aí vem engraçadinho no Formspring e me pergunta se eu estou namorando, umas 20 vezes. 'É pra esfregar na minha cara?' eu pergunto. Só pode. Porque em momento algum da minha vida eu cheguei perto de um namoro, tirando aquela vez de quando eu tinha 11 anos e fiquei com Bidu no brinquedinho do McDonald's da Prudente. Depois a gente começou a namorar, e ele foi o único namorado que eu já tive na vida, então PAREM de ficar me perguntando se eu estou namorando, porque eu não estou, e pelo que eu estou vendo, não estarei tão cedo.

Eu tinha me prometido que não ia ficar choramingando nessa data este ano, e que ia ser diferente. Mas não consigo, gente. Desculpa, mas eu não consigo não reclamar.

Imagine-se em Abril, plena Páscoa, milhões de ovos espalhados por todo lugar. De repente, todo mundo vem e agarra todos os ovos, e no final, só sobram os quebrados pra você. Ou, algumas vezes, nem os quebrados.
Ou imagine-se em Dezembro, com todos os efeites e aquele clima de magia, e você está convicto de que Papai Noel não existe e você não tem dinheiro pra comprar o próprio presente.
É ASSIM QUE UMA PESSOA SOLTEIRA SE SENTE NO DIA DOS NAMORADOS. E a culpa é do Capitalismo, e do comércio. Porque é a data que as encalhadas não são bem-vindas à entrar em lojas nem pra comprar bala, nem pegar panfleto. Sofremos um grande preconceito.

Estou solteira, e este é o mundo em que vivemos, cada vez mais errado.