terça-feira, 30 de março de 2010

"A Rapadura é doce...


...mas não é mole não!"

Estou de volta, minha gente! Cheguei de Fortaleza com, no mínimo, uma boa dose de experiência! Como todo mundo já deve saber, eu fui lá fazer minha audição no Ídolos. Ano passado eu me inscrevi, só que coloquei para fazer em São Paulo, e acabou que não tive como ir. Esse ano eu resolvi mexer os pauzinhos e fazer dar certo. E fui!
Vou contar as coisas que muita gente quer saber. Coisas que eu só fiquei sabendo quando cheguei lá!
Durante muito tempo, desde que o programa Ídolos começou a passar no SBT, eu critiquei. Perdi as contas de quantas vezes eu chamei de "programa bosta", "cópia sebosa do American Idol" e etc. Daí tudo mudou. Foram pra Record, ajeitaram o formato, e ficou uma coisa mais interessante, mais fiel e bem feita. Ganhou o meu respeito e eu comecei a assistir. Tinha MUITA gente boa ano passado. MESMO! Quem acompanhou viu cantores como Priscila Borges, Dani Morais, Hellen Liu e Saulo e Diego (finalistas). Eu achei o máximo, de verdade. Quem não viu, perdeu de ouvir talentos!
Então tá, resolvi me inscrever de novo. E ir! Afinal, eu não tinha nada a perder.

Dia 1:

Eu cheguei no ginásio Paulo Sarasate às 7h da manhã. A fila tava gigantesca, dando voltas no quarteirão! Isso já é de intimidar. Mas tudo bem, eu vi muita (muita!) bizarrice! Fui lá pro rabo da fila, fiz amizade com um pessoal que tava lá também, conversamos, e esperamos pacientemente (ou não) para que os portões abrissem e a gente pudesse entrar. Ao meio dia e meio a gente entrou no ginásio. 5 horas e meia na fila, tá bom pra você? No sol, calor, e abafado de Fortaleza.
Enquanto isso eu descobri que as audições não eram em um só dia. Que a coisa funcionava por eliminatórias ANTES de chegar aos jurados que aparecem na tv. Minha passagem de volta tava marcada pro Domingo ao meio-dia.

Eliminatórias:

Junto com aquele mundo de gente sentamos na arquibancada, preenchendo completamente 3 lotes de cadeiras de um lado do ginásio. A galera da produção começou a falar, e a gente esperou que Rodrigo Faro chegasse. Ao invés disso, Saulo Roston foi anunciado, e cantou duas músicas, e deu umas dicas pra gente! (Muito lindinho e simpático)
Daí o Rodrigo Faro chegou, e a gente gravou todas aquelas cenas que eles chamam de "cabeças" e os planos abertos, e tudo mais que a gente tinha que fazer. Gritar "Ídolos 2010" um milhão de vezes e balançar as mãozinhas esbanjando felicidade, quando tudo que a gente (ou pelo menos eu) tinha na cabeça era: 'puta merda, que fome! tô cansada. será que vai demorar? como vai ser isso?'
No meio da quadra tinham umas cabaninhas numeradas. Em cada uma tinham 2 ou 3 jurados (da produção do programa) que iam te avaliar.
Mais um milhão de horas na fila, chegou minha vez. A mulher perguntou o que eu ia cantar e eu falei: "À Francesa, de Marina Lima". Ela sorriu e disse "Vai lá!". Eu cantei só um pedacinho da música e ela disse "Tá ótimo. Abaixa aqui pra eu te dizer um negócio!" e nisso eu GELEI, né? "Você passou!" ela disse. Me deu um alívio instantâneo, e eu saí da cabaninha feliz da vida (dei até um gritinho, hihi) com um papel azul e uma pulseira verde.
Fui chegar em casa quase às 19h.

Dia 2:

Agora eu já sabia como era o esquema. Sabia que ia ter fila. Cheguei lá no ginásio na mesma hora do dia anterior (eu não tinha como chegar antes), e de qualquer maneira, a gente recebeu um número. Então não ia importar muito a hora que eu chegasse na fila. Aquela mesma demora pra entrar.
O segundo dia, disseram, era menos massante. Mais rápido, mais sério. Foi mais sério, de fato. Mas menos massante? Que nada! Muito mais massante! Demora infeliz, e a tensão só ia se construindo mais e mais... e mais, e MAIS!
Diego foi lá e cantou pra gente! Também deu umas dicas e desejou boa sorte!
Eu tava tentando ficar tranquila, a gente brincava com o pessoal, ensaiava as músicas e tudo, mas ninguém faz ideia de como é tenso!
Não tinha o que comer (a não ser que eu quisesse aquelas comidas de rua, que né? Eu não como aquilo!) então a gente tinha que se aguentar na base da água mesmo!
Depois de muito tempo chegou a minha vez. Um pouco antes de eu entrar, meu amigo foi reprovado na tenda ao lado da minha. Quando eu vi que ele não tinha passado, me deu um nervosismo imediato e eu comecei a me tremer! Entrei super nervosa, o cara pediu meu documento e eu entreguei com as mãos tremendo até! Me senti com parkinson! Mas, enfim, cantei! "Final Feliz" de Jorge Vercilo, "Garganta" de Ana Carolina e "Meu Erro" de Paralamas. Só trechos. Daí o cara falou que eu passei e me deu um papel rosa, que dizia pra eu ir para o hotel naquele mesmo horário.
Depois a gente ainda ficou um tempo lá, porque tinha que fazer uma entrevista rápida. Perguntando nome, idade, o que faz da vida, qual o seu diferencial, coisas do tipo.
Mais uma vez saí de lá umas 19h.

Dia 3 - Hotel:

Já falei em fila? Ah, legal. Mais fila! Mas essa foi rápida. A gente entrou no hotel, recebeu uma plaquinha pra colar na blusa (aquela que tem o número) e esperou. Esperou, esperou mais, e mais, e um pouco mais... Quando a gente se cansou de esperar, aí bateu a fome. E mais fome, e mais fome. Bebi água o dia inteiro, fiz xixi um bilhão de vezes! Por incrível que pareça a tensão estava menor. O povo estava aparentando estar mais feliz, mais animado. E eu me diverti muito cantando e bagunçando com o povo enquanto a gente esperava ser chamado.
Meu grupo foi chamado, e a gente desceu, colou a plaquinha e foi lá.
Os 3 diretores do programa estavam numa sala, igual a sala que os jurados ficam na audição que a gente vê na tv. Eu vi muita gente sair feliz com um papel verde na mão, e muita gente sair chorando sem ele.
Eu entrei, tensa, nervosa, tentando parecer confiante (#fail).

"Olá"
"Oi, vai cantar o que pra gente?"
"Lanterna dos Afogados, na versão da Cássia Eller"
"Então vai lá..."

*canta*

"Pode fazer outra?"

*canta*

*espera*

"Então... você é muito boa, tem uma voz bonita, é afinada, mas infelizmente hoje a gente vai ter que dizer não!"

--- Dentro de mim uma voz gritou "QUÊ?????" ---

"Sério? Mas, o que foi de ruim?"

"Não, não foi ruim. Só não foi ainda o que a gente procura. Você tem experiência?"

"Não, tive banda ano passado, mas foi por pouco tempo. Hoje não tô trabalhando com banda, nem sozinha. Tô procurando!"

"Faça isso. Ganhe um pouco mais de experiência e volte próximo ano! Mais confiança em você! Tá?"

"Tudo bem, valeu."

*sai*

--- Vou confessar que eu queria passar pela porta e não falar com ninguém, sentar e chorar. Mas eu me controlo, eu sou uma pessoa centrada! ---

"COMO ASSIM VOCÊ NÃO PASSOU? EITA CACETE!"

"É, gente. Não passei, boa sorte aí pra vocês!"

"NÃO, P*&@&¨%$! Não acredito! Não sei o que eles querem..."

"Ai, acontece, é assim mesmo! Próximo ano eu tô aqui! :)"

E eu saí pra ligar pra minha mãe. Cortaram minha pulseira verde, pegaram meu papel com o número, e eu saí do salão. Liguei pra minha mãe, e pedi um café bem forte.
Depois fui comer, que eu tava com tanta fome que nem forças pra me chatear eu tinha!

Eu fiquei lá, esperando irem me buscar, e de repente passa Fernanda, a diretora do programa (que me disse 'não'). Quando ela tava indo embora, passou e deu meia volta, puxou uma cadeira e sentou pra falar comigo.

"Não fica triste. Não fica assim..."

"É, eu sei. Mas é que é difícil, né?"

"Você é nova, tem muito talento! Só não tem experiência ainda, e isso vale ser trabalhado. Não desiste, e volta próximo ano, se é isso que você quer mesmo!"

"É. Vou voltar, pode deixar! Vou voltar!"

"Voltei pra te dizer isso. Até mais!"

"Brigada, hein? Até"

E aí eu abri os olhos pra a oportunidade de experiência que eu tinha acabado de ter com isso tudo. Foi como se eu tivesse chegado nua, e saído vestida. Próximo ano eu completo um guarda-roupas!
Quem vê de fora acha que é fácil, que tem muita palhaçada (com o povo ruim que vai até os jurados), mas isso faz parte, gente! Tem que passar gente ruim, e tem que reprovar gente boa. Do mesmo jeito que tem que aprovar gente boa! Só assim funciona e vai pra frente!
Agora eu já sei como é, posso me preparar melhor!
Se eu fiquei triste? Fiquei, né?! Mas fiquei muito mais feliz com o que eu ganhei, e digo isso com a maior verdade nas minhas palavras.
Tá escrito!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Eu confesso



É bem provável que vocês já saibam como eu me sinto à respeito de comida misturada no prato. O típico 'prato de pedreiro', misturando arroz, feijão, macarrão, carne, salada, e eca! Tá me dando nojo só de pensar na arrumação.
Sim! Eu de-tes-to comida misturada. Quer dizer, depende da comida, né? Tem comida que COMBINA misturada, como é o caso de feijão com arroz. Mas nunca, nunca mesmo, feijão com macarrão. É inaceitável no meu pensamento gastronômico. Enfim, não é disso que eu quero falar.
Eu lembrei esses dias de uma coisa que eu adorava comer. Vou até considerar isso um 'guilty pleasure' porque é o tipo de coisa que ninguém admite gostar - mas gosta! O famoso 'smashed potatoes with green beans' que servem nas escolas americanas na hora do almoço.
Durante anos da minha vida eu aprendi as regras de etiqueta de um colégio americano. Isso a gente vê em livros, filmes, seriados. O básico da aprendizagem do manual de sobrevivência em High School (além de saber que geeks e jocks não se misturam) é: ninguém come no refeitório do colégio. E quando eu digo ninguém, estou me referindo às pessoas que se prezam. Numa escola como a que eu estudava em Midland, onde tinha tudo que você imaginasse perto, não tinha cabimento você gastar uma hora de almoço sentado no refeitório. Então não se via quase ninguém por ali. A não ser que você estivesse muito liso, sem dinheiro nem pra comprar um donut na esquina.
Aquele pensamento que eu tinha sobre a gosma sebosa que servem nos pratos militares, junto com uma vagem igualmente nojenta, foi concretizado no dia que eu resolvi almoçar lá pela primeira vez. Apesar de ter 4 filas, cada uma com um tipo de comida diferente, eu TINHA que provar daquela gosma sebosa. E então eu o fiz com muita (muita!) coragem. Aquele purê de batatas sem pigmento algum, aquela coisa branca com cheiro enjoado, do ladinho de uma porção de vagens. Eu respirei fundo e pensei: "Bom, não pode ser tão ruim assim. Pode?" e comi. Eis que para a minha surpresa eu GOSTEI. E eu gostei MUITO daquela gosma sebosa supostamente intragável. Eu perdi as contas de quantas vezes eu comi aquilo de almoço. E eu comia meio que pensando "Olha, eu estou te comendo, purê de batatas. Eu estou te comendo, vagem... mas ninguém pode saber que eu gosto de vocês, tá? Fica entre a gente!" Me sentia numa relação proibida. É suicídio social, imagine a situação: "Paula, vamos almoçar no Wendy's, quer vir com a gente?" e eu simplesmente ter vontade de dizer "Galera, o que vocês acham da gente comer o purê da cantina?" Tipo, NÃO! Não, não, não! É altamente proibido até pensar numa coisa dessas. Purê é pra gente retardada, não pra estudantes de intercâmbio super descolados. Bem, foda-se! Eu comi, e fui muito feliz comendo!
E que sirva de lição! Não julguem o gosto da comida pela aparência ou reputação que ela tem (exceto as comidas misturadas. Essas podem riscar da lista!).

Smashed potatoes + green beans <3



domingo, 21 de março de 2010

Não tenho um título

Eu sei que eu tinha dito que tinha um esboço de uma ideia bacana e que iria escrever sobre isso o mais rápido possível. Eu juro que não é por falta de vontade (quer dizer, talvez até seja) mas eu não estou muito impolgada em escrever por aqui ultimamente. Não sei se é porque as ideias não estão fluindo direito, é a época, é a lua, é o clima. Eu tenho certeza que é o clima. Esse sol não tá de brincadeira com ninguém.
Vou enrolar e falar sobre uma coisa que eu andei pensando ultimamente (na verdade, o pensamento surgiu durante um passeio com o meu cachorro): já pensaram em como nós nos identificamos tanto com certos animais? É, tipo 'sou forte como um touro, corajoso como um leão, companheiro como um cão, ágil como uma lebre...' e infindáveis adjetivos que podem ser relacionados à animais. E aí eu pensei: Eu tenho certeza que sou um golfinho. E eu digo a vocês que eu imaginei a minha vida inteira como sendo um golfinho. Foi um super 'insight' de como seria minha vida submarina. Não vou nem entrar em detalhes, porque se a coisa já parece bizarra vista de longe, se eu tentar familiarizar vocês com o contexto... acho que vou sair daqui direto pro João Machado.

Não tenho mais o que dizer. Prometo um post produtivo daqui pro fim da semana.
:)






(Provavelmente um golfinho rotador, e eu moraria em Fernando de Noronha, e seria muito feliz com as águas limpas de lá e a abundância de peixinhos e... tá. Parei!)


Editado: Ah, esqueci de mencionar que eu tenho quase certeza que eu fui um Cocker Spaniel na vida passada. Eu digo isso porque eu tenho a incrível habilidade de latir, e tem uma marquinha na minha coxa esquerda que lembra muito a silhueta de um cão (que de acordo com os meus conhecimentos deve ser de um Cocker inglês ou um Golden Retriever filhote. Ou seja, se for o Golden, eu morri jovem na outra vida.) Eu juro que sou normal, tá? Por mais que seja difícil de acreditar! :D

segunda-feira, 8 de março de 2010

A cor da ignorância


Já estamos na metade do Big Brother Brasil 10, se não mais. Fiquei tentada a escrever um post sobre isso depois de alguns comentários com Bianca via Twitter.

~
Até quem não vem acompanhando o reality sabe das coisas. Tipo:

- O formato da vez é o da diversidade. 3 homossexuais, dois homens e uma mulher.

- Angélica, a lésbica, se encantou com Cacau.
- Cacau, a da bundona, teve um envolvimento com Eliéser, o smart boy.
- Eliéser acha que é a pica da estratégia (desculpem, não sei como definir melhor).

- Dicesar tem a língua presa.

- Cadu é lindo.

- Anamara é policial e engoliu uma sirene.
- Serginho é super divertido.

- Michel é albino e tem uma cara bizarra.


E por último, não menos importante:


- Dourado é homofóbico.


Pausa dramática.


Homofóbico, sim! E agora, Brasil? É o BBB da diversidade, né? Tem que ter o contrastante.

Marcelo Dourado acabou por fazer uns comentários bem infelizes. Porque ele é macho e tem nojo de gay. Não suporta falar de homossexualidade no almoço porque perde a vontade de comer. Diz que se um homem tem AIDS é porque já transou com outro homem, porque afinal, uma mulher não é capaz de transmitir o vírus do HIV.
Se isso não é ignorância, Bial, eu não sei do que se trata. O que aconteceu e qual o motivo da dada preferência pelo brutamontes? É mais simples do que parece. O que eu vejo que aconteceu foi um efeito dominó. Não foi estabelecido um motivo. "Gosto porque fulano também gosta e assim nós gostamos". No final das contas, as atitudes repugnantes são encobertas e jogadas à insignificância. Pra quê respeitar o estilo de vida dos outros, né? Vamos dizer absurdos e conquistar a popularidade com o Brasil.

Parafrasearei a mim mesma nos tweets com Bia:

"Não acho Dourado uma boa pessoa. Nem gosto do que ele representa. Homofóbico ou apenas 'cada um no seu quadrado'. Acho ele uma pessoa arrogante. Muito cheia de si (principalmente agora). E de um aparência tão casca grossa, que SE EXISTE maciez em seu caráter tá difícil observar. Não há carisma. Nem curto. Mas é porque, pense bem: a minoria representante gay vai se unir e dizer o quê exatamente? O povo (me refiro ao povão mesmo) é ignorante. E ignorância tamanha a ponto de seguir uma maioria. É tipo assim "eu gosto disso porque todo mundo gosta". Daí chega os gays e dizem "Vote contra Marcelo Dourado ou eu te afogo em purpurina"? O problema é que em meio a tantos defeitos (que se sobressaem às qualidades) os comentários infelizes dele viraram marca. Acontece que por ser um 'efeito dominó' de cativância (?) começaram a relevar o fato dele ser extremista. Quer dizer, eu acho ele extremista. Pelos comentários incrivelmente preconceituosos. Não necessariamente 'externados' de fato."

E complementando:

Dava pra ser pior. Porque se ele externasse dentro da casa o que provou ser seu ponto de vista, era saindo de lá direto pra prisão. Não?

Só gostaria de agregar uma ideia ao texto mal feito e apressado sobre a minha humilde opinião: ao contrário do que muita gente acha, eu acredito que Marcelo Dourado ainda permanece na casa por uma questão de hábito, e não de gosto propriamente dito. Galera se habituou a dizer que gosta, ignorando defeitos graves, que passam incorrigíveis. O cara vai levar o milhão e meio pra casa. A permanência dele não significa a representação da massa machista em manifesto.

Agora faz a Lia e olha nos meus olhos. Diz pra mim o que você acha.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Como (não) fazer um bolo

Hoje eu descobri (ou melhor, hoje eu constatei) que se o planeta Terra dependesse - exclusivamente - da minha habilidade culinária caso fôssemos invadidos por extraterrestres com alto poder de crítica gastronômica, estariamos todos fodidos. Não que a gente precise se preocupar com os dotes de seres 'além-terra' na cozinha. O meu, por outro lado, é preocupante.
Não é por falta de vontade, gente. Juro que não é. Eu tenho tanta boa vontade! Pena que boa vontade não enche barriga, né? O problema é que eu sou muito estabanada. Tudo eu derrubo, tudo eu sujo, algumas coisas eu esqueço. Um dia eu fiz um bolo de ovos que deveria levar três ovos. Fui na intenção de fazer tudo devagarzinho e colocar de um em um certinho. Acabei colocando só um ovo, porque eu fui tão devagar que acabei esquecendo de colocar os outros dois. Triste, eu sei.
Bolo. Era nisso que eu pretendia chegar. Uns dias atrás eu vi em um site de receitas um "rainbow cake". Um bolo colorido (podem clicar no link, tem a receita + fotos) super bonitinho e altamente gay e feliz. A euforia passou pela minha cabeça e eu pensei: preciso comer isso. E logo em seguida, outro pensamento me passou pela cabeça: preciso fazer isso! Eu me empolguei, não vou nem mentir. Queria porque queria comprar os corantes, e fazer logo no mesmo dia (porque eu sou impaciente assim). Com isso eu descobri que esse tipo de ingrediente não se acha em supermercados (porque nossa cidade Natal não é uma maravilha sortida e você NÃO encontra tudo que você quiser em qualquer lugar) e portanto eu tive que ir numa loja de material pra festas infantis (para futuras referências: fica na Romualdo Galvão, perto do Midway). Comprei os corantes, e ainda comprei glacê e umas frescurinhas pra colocar em cima, porque eu queria que meu bolo ficasse colorido e gay que nem o que eu vi nas fotos.

Aqui você confere o passo a passo de como (não) fazer esse bolo:



Até aí estava tudo bem. Pelo menos aparentemente. O que vocês estão vendo são tigelinhas separadas com partes (não exatamente iguais) da massa do bolo, já com o corante. O negócio não tem gosto, então se você quiser atingir aquele vermelho bem escarlate é só empurrar corante dentro. Lembre de não mexer muito na massa, porque senão ela fica mais líquida do que deveria. E, acreditem em mim, isso não é bom.



Que bonitinho, né? Vocês devem estar pensando que pela beleza do negócio isso está completamente certo. Bem, erh... supostamente eu também pensei assim. Eu falei pra minha mãe: "mas mãe, não vai misturar?" e ela me disse: "não. É como se você tivesse fazendo um bolo mesclado com chocolate. Não mistura". Como ela tem muito mais experiência do que eu, tomei a palavra dela como verdade absoluta, né? É.

nota: Lembram do que eu disse sobre a massa estar líquida? É, eu acho que isso pesou também. Se não tivesse ficado como ficou, talvez (vejam bem, eu disse TALVEZ) não tivesse acontecido o que aconteceu.

Agora vamos lá. Todo mundo aqui terminou o maternalzinho com louvor, eu tenho certeza. O que acontecia quando você misturava todas as tintas guache da caixinha no seu super desenho que (supostamente) deveria ficar super colorido? Conseguiu aquela cor bem "marrom cocô", né? Bem vindos ao que aconteceu com o meu bolo. Com uma leve diferença: o verde foi o primeiro a ser colocado. Sendo assim, ao virar o bolo, ele seria a cor que prevalece, certo? Sim, certo. Bom, de algum jeito tudo se misturou, mas o verde (não me perguntem o motivo) se sobressaiu. Então eu fiquei com isto:



Sabe lodo de parede? Pântano? O verde tá aí marcando presença mais ou menos nesse estilo. Enquanto tudo que tava dentro combinou de ficar roxo feio (e estriado, como vocês podem perceber se olharem bem de perto), quase como o "marrom cocô" que você conseguia com as tintas quando tinha, sei lá, 3 anos de idade.

Não me conformei. Eu queria o meu bolo colorido. "Vou fazer outro bolo" e não tô nem aí se no Brasil tem gente que compra o pão com o dinheiro do bolsa família. Se eu fosse mandar o bolo 'roxo/marrom-quase-cocô' eles não iam querer comer mesmo, então me deixa ser feliz.
Fiz tudo certinho, não esqueci de colocar nada, untei a fôrma, espalhei as tintas, e ficou uma coisa diferente assim:



Notem que as partes não se misturam, porque estavam durinhas o suficiente pra que isso não acontecesse. Se tivesse ficado assim no primeiro bolo (talvez pudesse ter dado certo...)...
Quando eu vi ele assim fui ficando logo feliz, né? 'Funcionou'. Maria (a empregada) gritava da cozinha "Dona Veronica, o bolo tá dando ceeeeerto!". Tá, né.

E aí eu fui esperar esfriar.

(Grande parênteses: uma dica pra quem é de Natal/RN e quer assar qualquer coisa:

1 - Prepare o que você quiser que precisar ser levado ao forno e unte a fôrma.
2 - Despeje o conteúdo desejado no recipiente, e escolha o lugar da casa que tiver menos vento (o que não deve ser difícil. Ultimamente, vento aqui só o da respiração e olhe lá!).
3 - Deixe a travessa repousando no local escolhido. Se quiser acelerar o processo, basta assoprar durante alguns minutos.
4 - Quando você achar que tá pronto, parabéns. Pra esfriar basta pôr na geladeira. Se deixar ao relento é pior, porque vai ficar "over cooked" (como diz isso em português? super-cozido? sobre-cozido? enfim, vai passar do ponto!)).

Fui desenformar e não consegui. Bati na fôrma e o bolo partiu no meio. Fiquei com ódio. Cortei em pedaços, desisti de fazer o glacê. Descobri que dentro não ficou a mistura de cores que eu tava esperando que ficasse. Tudo porque eu não coloquei a massa na ordem que eu deveria (sempre colocar em "bolinhas" ou "montinhos" um em cima do outro, como mostra lá no Omnomicon, nunca espalhar por partes).

Ficou assim, ó:




Eu decidi que, como ser humano repleto de desejos, só serei plenamente feliz comigo mesma quando conseguir fazer esse bolo com sucesso. Como nas fotos lá do site. Com um glacê super lindo por cima. E gostoso. Garanto que daqui pro meu aniversário isso vai sair como planejado. Até porque, né? Dezembro, pessoal. E estamos em março, ou seja, tenho uns meses de treino pela frente.
Gostaria de mandar um grande abraço à todos que estavam na torcida (e na expectativa por uma fatia) e pedir que permaneçam com essa vibe positiva. Pelo meu desejo e nossa satisfação.

Rome wasn't built in a day, right?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Socorro! Estou derretendo.

Tomei um banho frio hoje antes das 7 da manhã. Não sei quantos copos d'água já bebi hoje. Meu ventilador sopra vento quente, e todo mundo sai do chuveiro já suado. Calor em Natal, quem curte? Eu não.
Não tô suportando mais esse calor. A gente mora no litoral, a gente tem brisa marítima, DEVERIA estar mais fresco. Eu fecho os olhos e penso em frio. Em neve. Em gelo. Vou chorar. Juro!
Não dá vontade de fazer nada, tudo cansa.

Quero um ar-condicionado. Ligado no máximo. E um balde de gelo. E um copão de suco de laranja.