terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A conta, por favor!

Hoje isso aqui vai ser um bar. Olho pros lados, vejo que está vazio, peço uma cerveja. De repente eu estou sentada em minha própria companhia. Eu me enxergo do outro lado da mesa, olhando nos meus olhos e dizendo 'É isso, Paula. Somos só eu e você. Pode falar'. Agora é o momento que eu devo abrir o meu coração para a única pessoa que me entende por completo. Será?

O que há de errado? O que há de errado? Dá pra me dizer?

Vou te contar como eu me sinto, posso mesmo? É um precipício. Estou sóbria e vou filosofar sobre precipícios.

Em algum momento da sua vida, você deverá se sentir em queda livre. Livre mesmo. Nem o peso da mochila do pára-quedas você sente, porque não existe isso. Você grita o que quiser, e sente o vento rasgando o seu rosto de um jeito deliciosamente duro. Não tem o que explicar, a sensação é demais! E então, quando não poderia ficar melhor, você pára. E é um galho.
Parabéns, você está pendurado em um galho. Deus sabe quantos metros de altura separam você do chão.

E aí?

E aí que anos depois você escorrega do galho e começa a cair de novo. Mas dessa vez você sabe que há galhos. E que não dá pra saber quando eles aparecem, sabe? É mais ou menos assim que funciona. É cair livre e esperar o baque.
Dá pra cair pra sempre? Eu preciso cair pra sempre. Eu quero cair pra sempre. Me sentir assim pra sempre. Não quero galhos. Não gosto de galhos. Me traz outra cerveja?

Deveria estar meio roxo no lugar onde eu bati a primeira vez. Mas não tá não.

Eu tô pirando? Por favor, me diga que eu não sou a única. Me diga que eu não estou sozinha.

E é isso aí. É oficial. Eu tenho problemas. E eu gosto deles.

Um comentário:

Seria legal saber o que você achou desse post. Comentários serão muito bem vindos.